sábado, 23 de outubro de 2010

Polícia ouve crianças sobre professor suspeito de abuso sexual em Manaus

Polícia ouve crianças sobre professor suspeito de abuso sexual em Manaus

MANAUS - A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) deve ouvir até a próxima semana todas as crianças supostamente aliciadas pelo pedagogo Tomaz Magalhães Júnior, 42. Segundo a titular da Depca, delegada Linda Glaucia, pelo menos quinze crianças devem ser ouvidas. Elas têm idade entre seis e 12 anos.

De acordo com a delegada, exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) revelam que seis crianças sofreram abuso sexual supostamente cometido pelo professor.  Em depoimento, Magalhães afirmou ser soropostivo. A delegada descartou possibilidade de acariação entre as partes.

As crianças foram encaminhadas para avaliação no Serviço de Atendimento à Vitima de Abuso Sexual (Savas) e Programa de Atenção a Vítimas de Abusos Sexuais (PAVAS).  Os exames serão realizados no Hospital Universitário Francisca Mendes e Maternidade Moura Tapajós. 

Os crimes teriam sido cometidos na Escola Estadual Rafael Henrique Pinheiro dos Santos, na comunidade Jesus me Deu, na Zona Norte. Magalhães teve a prisão preventiva decretada ontem (21) pelo Juiz de Direito Luiz Alberto Albuquerque, da Vara Especializada em Crimes Contra a Criança e Idoso.

O professor foi preso por volta das 11h30, em frente à agência bancária do Banco Bradesco do Boulevard Álvaro Maia, após ser reconhecido pelo pai de uma das vítimas. Ele foi autuado por estupro de vulnerável e exploração sexual. A pena para o crime de estupro varia de oito a 15 anos de prisão e exploração sexual de quatro a 10 anos de prisão.

Magalhães foi encaminhado para a Cadeia Pública Desembargador Raimunda Vidal Pessoa, no Centro. Para a delegada, caso seja confirmado que ele é portador do vírus HIV a pena será agravada.

Novos depoimentos
O professor foi denunciado por familiares de um aluno no último dia 8. Segundo a Polícia, ele é suspeito de ter aliciado 15 alunos da escola onde dava aula para alunos do Ensino Fundamental.

Segundo Linda Glaucia, neste momento o trabalho da Polícia está focado em localizar e ouvir outras crianças supostamente envolvidas no crime de abuso sexual. Conforme a delegada, as supostas vítimas afirmaram que outras colegas também foram aliciadas. 

Com base nos depoimentos, a delegada espera localizá-las para verificar novos crimes ou outras versões sobre o caso. Nesta sexta-feira (22), outras crianças foram ouvidas na Delegacia. Elas recebem suporte do Serviço Social para serem ouvidas pela Polícia.

Conselho Tutelar
Segundo o coordenador dos Conselhos Tutelares, João Raimundo Furtado, seis pais de alunos supostamente aliciados denunciaram o pedagogo ao Conselho Tutelar. As denúncias apontavam que nove crianças tinham sofrido algum tipo de abuso sexual. Segundo Furtado, somente após o registro no conselho, a denúncia foi encaminhada a Depca.

O Portal Amazônia tentou contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para saber o posicionamento da escola e existência de outras denúncias contra o professor, mas não obteve resposta.

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