sábado, 23 de outubro de 2010

Internet facilita vida dos pedófilos

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Por conta das facilidades oferecidas pela Internet que favorecem o anonimato, algumas perversões têm ganhado fôlego e espaço privilegiado, entre elas a pedofilia, que é uma perversão cujo transtorno de sexualidade se apresenta como uma predileção erótica por crianças. Ao perguntar se os pais controlam o acesso do seu filho aos sites da Internet a maioria das respostas foi não. Hoje em dia, a criançada tem mais intimidade com o computador do que qualquer adulto. Muitas vezes sem perceber, acabam, conversando on-line com adultos que se passam por crianças. Como não existe lei específica para esse crime virtual, muitas vezes os pedófilos ficam impunes. Existem informações que a pedofilia movimenta milhões de dólares por ano e expõe milhares de crianças indefesas a abusos que nem mesmo adultos suportariam. O Brasil é o 7º país num grupo de acesso a sites de pedofilia. A Polícia Federal não soube informar dados a cerca da situação em Sergipe.
Na visão da psicanalista e professora de Medicina Legal da Universidade Federal de Sergipe – UFS, Déborah Pimentel, em um mundo cada vez mais individualista, os pais muitas vezes não percebem, por negligência ou ingenuidade, as armadilhas da rede e acreditam que a criança frente ao computador está protegida. Triste engano que muitas vezes só torna-se consciente quando os fatos se consumaram. Cenas de uma novela em que um menino de sete anos é seduzido por um falso amigo virtual que se apresenta como tendo doze anos é um importante alerta sobre os perigos da rede e põem em xeque a posição de pais, não raro omissos, voltados para o trabalho e consumo de bens materiais, excelentes provedores e péssimos educadores.
Será que um pai zeloso e atento às necessidades e segurança de seu filho, não teria acesso aos caminhos percorridos por este, dentro e fora da rede, não conheceria os seus amigos e não detectaria os perigos e armadilhas que a selvageria urbana imprime no nosso cotidiano?, pergunta. O pedófilo geralmente é do sexo masculino, na maioria das vezes é impotente, tem complexo de inferioridade, é tímido e incapaz de obter satisfação sexual com uma mulher adulta. Se aproveita da sua posição, algumas vezes “acima de qualquer suspeita”, como médico, padre, professor, terapeuta, curador de menores e não raro, tios, padrasto ou até mesmo o pai da própria criança abusada, exercendo sobre ela influência e poder, subjugando-a. Algumas vezes, sob ameaças, encurralada, a criança cede com medo de retaliações daquele adulto.
Não importa para o pedófilo qual seja o sexo da criança. A pedofilia pode se manifestar de várias formas, como simples atos obscenos, até a prática de  manifestações libidinosas com ou sem conjunção carnal, penetração vaginal com pênis, dedos ou objetos, sexo oral e/ou sodomia. Segundo a psicanalista, geralmente o pedófilo não excede certos limites que comprometam a segurança da criança, pois garante possibilidades de repetir com aquela mesma criança suas transgressões e praticar novos abusos.
Alguns deles contentam-se em apenas visitar estes sites e consumir com os olhos este tipo de material. Outros trocam experiências, fotos e filmes de suas práticas e estimulam os mais tímidos a experimentarem e se iniciarem. Há uma verdadeira indústria de confecções de catálogos com fotos de crianças despidas ou sendo abusadas. O mais grave é que a rede também é um excelente local para se conquistar novas vítimas, uma vez que as crianças têm acesso e adoram conversar com desconhecidos em salas de bate-papo sobre temas que despertam a sua curiosidade e imaginário.
O que é mais triste é que alguns abusos acontecem dentro de casa e a mãe se omite para não perder o parceiro, pai ou padrasto e aí surge uma “cegueira” conveniente e a mulher não percebe o que se passa, criando condições para sucessivos abusos que certamente irão, no mínimo, comprometer para sempre o psiquismo desta criança.
Fonte: Correio de Sergipe

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